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quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Trás um pra mim também !

O poder gera, em muitas pessoa, uma fome por mais e mais poder. Mais pessoas para comandar, maios espaço, maiores salas. Uma verdadeira roda-viva da ambição. Em várias situações nem existe uma real necessidade ou justificativa, mas simplesmente a necessidade de estar "por cima". Gosto de contar essa piada que serve para ilustrar, de forma divertida, essa situação.

Um sujeito, não muito instruído, iria pela primeira vez a um restaurante muito chique. Como não sabia como se portar em um lugar desses um amigo o aconselhou a imitar os pedidos de um vizinho de mesa.
E lá foi ele. O vizinho começou o pedido:
- Uma salada ceasar, por favor.
- Uma pra mim também – emendou o sujeito.
- Um filé bem passado.
- Um pra mim também – completou o outro.
- Pra beber eu gostaria de uma taça de vinho tinto.
O sujeito, mais que depressa: - Uma taça pra mim também.
O vizinho ficou encafifado com a coincidência.
Logo depois da refeição o vizinho chamou o garçon e pediu:
- Por favor, você poderia me trazer um engraxate ?
O sujeito, terminando de engolir, logo emendou:
- Trás um pra mim também !!!
O vizinho, achando tudo aquilo ainda mais estranho oferece:
- Meu senhor. Nós podemos compartilhar o engraxate.
Ao que o sujeito bruscamente respondeu:
- Nada disso... Eu como o meu ... e você come o seu.

Nas empresas já vi isso acontecer várias vezes ! Você já pediu seu engraxate hoje ?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Dilbert

Outra coisa que não poderia faltar no meu blog são algumas tirinhas do Dilbert. Li várias vezes o primeiro livro do Scott Adams: "Dilbert´s Principle" e recomendo para qualquer um que trabalhe em uma grande empresa de tecnologia. O autor foi funcionário da área financeira da Bell South antes de virar a mesa e ficar rico.
O difícil é escolher alguma em especial para publicar.



terça-feira, 29 de janeiro de 2008

"Ruminiscências"


Quem já conviveu comigo no ambiente de trabalho sabe que sou um colecionador de estórias e frases. Eu vivo repetindo uma famosa frase do Barão de Itararé que diz: "Da onde menos se espera, não vem nada de bom mesmo".
Outra que gosto do mesmo autor, e para a qual tomei a liberdade de alterar "o Brasil" no original para "a empresa" na minha versão canhestra: "A empresa é feita por nós, basta desatá-los". São frases antagônicas, mas que podem ser utilizadas na mesma situação de acordo com a "motivação" que se queira dar.
O Prof. Salata, do curso de engenharia, já fazia isso e vivia dizendo que os ditados e provérbios, podem ser usados em uma mesma situação para transmitir sentimentos completamente opostos. O exemplo mais comum, que toda véspera de prova ele soltava, era: "Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia. Porém, eu prefiro: quem avisa amigo é". Usava essa dicotomia para motivar a turma para o estudo.
O Barão de Itararé era personificado pelo jornalista e escritor Apparício Torelly, e peguei na Internet uma coleção de frases que são perfeitas jóias lapidadas. Escolha a sua preferida, pois eu marquei algumas das minhas:

  • Mais vale um galo no terreiro do que dois na testa.

  • Quem empresta, adeus...

  • Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.

  • Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.

  • Quando pobre come frango, um dos dois está doente.

  • Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.

  • Cleptomaníaco: ladrão rico. Gatuno: cleptomaníaco pobre.

  • Quem só fala dos grandes, pequeno fica.

  • Viúva rica, com um olho chora e com o outro se explica.

  • Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga.

  • Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.

  • O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim , afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.

  • Os juros são o perfume do capital.

  • Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.

  • O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.

  • A gramática é o inspetor de veículos dos pronomes.

  • Cobra é um animal careca com ondulação permanente.

  • Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.

  • Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.

  • Há seguramente um prazer em ser louco que só os loucos conhecem.

  • É mais fácil sustentar dez filhos que um vício.

  • Adolescência é a idade em que o garoto se recusa a acreditar que um dia ficará chato como o pai.

  • O advogado, segundo Brougham, é um cavalheiro que põe os nossos bens a salvo dos nossos inimigos e os guarda para si.

  • Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você.

  • Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.

  • Pão, quanto mais quente, mais fresco.

  • A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Motivação: O discurso de Henrique V

Em um curso sobre motivação eu tive meu primeiro contato com essa "grande peça da literatura mundial": O discurso do dia de São Crispim.
No meu caso, fui apresentado à interpretação de Kenneth Branagh no filme "Henry V" (ou Henrique V) e que pode ser conferida AQUI . Desde então assisto-a frequentemente, pois acho-a muito inspiradora e motivadora. Como esse vídeo não tem legendas, aconselho a leitura simultânea do texto original que está disponível AQUI .

A cena ocorre no acampamento inglês no dia da batalha de Azincourt (25 de outubro de 1415). O rei Henrique V faz a revista em suas tropas. Os ingleses tem dez mil soldados para opor-se aos 60 mil franceses que os aguardam nas planícies de Azincourt quando é abordado pelo conde de Westmoreland.
O conde de Westmoreland, primo do rei, lamenta a falta de mais homens para pelo menos tentar equilibrar um pouco a enorme diferença dos efetivos de combatentes. O rei toma a palavra então:

Quem expressa esse desejo? Meu primo Westmoreland? Não, meu simpático primo; se estamos destinados a morrer, nosso país não tem necessidade de perder mais homens do que nós temos aqui; e , se devemos viver, quanto menor é o nosso número, maior será para cada um de nós a parte da honra. Pela vontade de Deus! Não desejes nenhum um homem a mais, te rogo! Por Júpiter! Não sou avaro de ouro, e pouco me importo se vivem às minhas expensas: sinto pouco que outros usem minhas roupas: essa coisas externas não encontram abrigo entre as minhas preocupações; mas se ambicionar a honra é pecado, sou a alma mais pecadora que existe.
Não, por fé, não desejeis nenhum homem mais da Inglaterra. Paz de Deus! Não quereria, pela melhor das esperanças, expor-me a perder uma honra tão grande, que um homem a mais poderia quiçá compartir comigo. Oh! Não ansieis por nenhum homem a mais! Proclama antes, através do meu exército, Westmoreland, que aquele que não for com coração à luta poderá se retirar: lhe daremos um passaporte e poremos na sua mochila uns escudos para a viagem; não queremos morrer na companhia de um homem que teme morrer como companheiro nosso.
O dia de São Crispim: este dia é o da festa de São Crispim; aquele que sobreviver esse dia voltará são e salvo ao seu lar e se colocará na ponta dos pés quando se mencionará esta data, ele crescerá sobre si mesmo ante o nome de São Crispim. Aquele que sobrevier esse dia e chegar a velhice, a cada ano, na véspera desta festa, convidará os amigos e lhes dirá: "Amanhã é São Crispim". E então, arregaçando as mangas, ao mostrar-lhes as cicatrizes, dirá: "Recebi estas feridas no dia de São Crispim."
Os velhos esquecerão; mas, aqueles que não esquecem de tudo, se lembrarão todavia com satisfação das proezas que levaram a cabo naquele dia. E então nossos nomes serão tão familiares nas suas bocas com os nomes dos seus parentes: o rei Harry, Bedford, Exeter, Warwick e Talbot, Salisbury e Gloucester serão ressuscitados pela recordação viva e saudados com o estalar dos copos.
O bom homem ensinará esta história ao seu filho, e desde este dia até o fim do mundo a festa de São Crispim e Crispiano nunca chegará sem que venha associada a nossa recordação, à lembrança do nosso pequeno exército, do nosso bando de irmãos; porque aquele que verter hoje seu sangue comigo, por muito vil que seja, será meu irmão, esta jornada enobrecerá sua condição e os cavaleiros que permanecem agora no leito da Inglaterra irão se considerar como malditos por não estarem aqui, e sentirão sua nobreza diminuída quando escutarem falar daqueles que combateram conosco no dia de São Crispim.

(A vida do rei Henrique V, ato IV, cena III)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Partidas

Li uma notícia hoje sobre a saída da Marluce da Globo e fiquei espantando com a elegância da nota ao comentar a relação entre ex-empresa e ex-funcionária:

A nota diz que a executiva "terá maior flexibilidade de jornada de trabalho e prestará consultoria às Organizações, envolvendo-se em projetos estratégicos, por demanda dos acionistas". Roberto Irineu Marinho afirma ainda que "seu papel como assessora é da máxima importância para os destinos das empresas Globo. Sua relação com a Globo, além de profissional, é de amizade recíproca. Vínculos que se mantêm integralmente preservados".

Quando esses vínculos entre empresas e funcionários se desfazem, é imprevisível a reação de ambos os lados. Tem gente que chora, gente que comemora, gente que aproveita, gente que se liberta, gente que muda radicalmente a vida... Lendo isso, lembrei de uma piadinha sobre essas “partidas”. Lá vai:

Depois de anos como estrela do Zoológico, morreu o elefante. Vários visitantes estavam em volta do cadáver e, ao lado do bicho, ajoelhado e aos prantos, um homem socava o chão. Uma mulher comenta com o marido:

- Aquele ali, chorando, deve ser o que cuidava do elefante. Devia ser muito apegado ao animal….

- Que nada ! É o coitado que vai cavar o buraco para enterrar o bicho….

Quem é você nessa história ?
Você é daqueles que vai ter que cavar o buraco, ou seja, ralar muito mais com a saída do elefante de cena ? Ou vai comemorar por ter sobrado mais espaço na jaula ?
... Ou você é o elefante ?

Previsão de demanda ?



A definição de demandas para estudos de mercado é uma das atividades mais malucas e piradas que um marketeiro executa. Tirar números de bolas de cristal, de pesquisas ou da Internet quase sempre é uma atividade muito difícil e arriscada para profissionais sem experiência. Eles tendem a acreditar em tudo que apresenta um número bonito e uma fonte citada. Não imaginam que do outro lado da informação pode estar um estagiário que entende tanto daquilo quanto você de transplante de cérebro.
Essa piada que peguei da Internet ilustra muito bem esse processo e mostra que até um "chefe" pode ser pego nessa armadilha:

Com a aproximação do inverno, os índios foram ao cacique perguntar:
- Chefe, o inverno este ano será rigoroso ou ameno ?
O chefe, vivendo tempos modernos, não tinha aprendido como seus ancestrais os segredos de meteorologia. Mas claro, não podia demonstrar insegurança ou dúvida. Por algum tempo olhou para o céu, estendeu as mãos para sentir os ventos e em tom sereno e firme disse:
- Teremos um inverno muito forte… é bom ir colhendo muita lenha !
Na semana seguinte, preocupado com o chute, foi ao telefone e ligou para o Serviço Nacional de Meteorologia e ouviu a resposta:
- Sim, o inverno deste ano será muito frio !
Sentindo-se mais seguro, dirigiu-se a seu povo novamente:
- É melhor recolhermos mais lenha… Teremos um inverno rigoroso !
Dois dias depois, ligou novamente para o Serviço Meteorológico e ouviu a confirmação:
- Sim… Este ano o inverno será rigoroso !
Voltou ao povo e disse:
- Teremos um inverno muito rigoroso. Recolham todo e qualquer pedaço de lenha que encontrarem, teremos que aproveitar até os gravetos.
Uma semana depois, ainda não satisfeito, ligou para o Serviço Meteorológico outra vez:
- Vocês têm certeza de que teremos um inverno tão rigoroso assim ?
- Sim, responde o meteorologista de plantão. Este ano teremos um frio muito intenso.
- Como vocês têm tanta certeza assim ?
- É que este ano os índios estão recolhendo lenha pra caramba…
Você já teve que dar "chutes" baseados em "dados secundários" ?
Bem vindo ao clube !

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O padre na enchente



A barragem, próxima de uma pequena cidade, foi rompida por uma forte chuva e o nível do riacho foi subindo gradativamente.

No alto do morro, na parte mais alta da cidade, ficava a igreja.
Quando a água atingiu as primeiras calçadas da cidade os policiais foram avisar o padre para que esse deixasse a igreja. Ele fincou pé e disse: "Deus não há de me faltar."

Quando a água chegou às portas da igreja, os bombeiros, já usando um barco, foram buscar o padre. Ele se recusou a abandonar a igreja e disse: "Deus não há de me faltar."
Quando a água atingiu a torre mais alta, e o prefeito veio de helicóptero tentar convencer o padre a abandonar a igreja, o padre respondeu: "Deus não há de me faltar !!!"

Obviamente o padre morreu afogado.

Ao chegar no céu, ele foi ter com Deus, e já chegou cobrando: "Mas meu Senhor... Como pudestes fazer isso comigo. Me faltastes quando eu mais te precisava."
E Deus, visivelmente irritado, respondeu: "Mas meu filho... Te mandei policial, barco, bombeiro, helicóptero e prefeito, e mesmo assim você não seu salvou ?!?"

Preste atenção no que ocorre na sua empresa. Você pode não perceber os sinais e acabar se afogando !!!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A banda do Titanic



Por vezes você não se vê fazendo (no trabalho) coisas tolas enquanto a empresa ou seu departamento está indo pro buraco ?

A esta situação eu atribuo o nome de "banda do Titanic". Isso mesmo... Aqueles valorosos músicos que decidiram continuar tocando enquanto o barco literalmente afundava.

Heróis ou tolos ? Pode escolher o seu lado...
... mas invariavelmente o resultado será imutável: você vai afundar !
A partir daí você pode tomar á decisão de: (1) tentar tapar o buraco, (2) fugir junto com as crianças e mulheres, (3) correr de um lado para outro sem saber o que fazer ou (4) escolher um instrumento e se juntar aos músicos.
Agora, de posse desse conhecimento, você também pode facilmente começar a identificar e classificar os músicos ao seu lado na organização. Pelo menos seus dias ficam mais animados...
Nas reuniões, você vai ouvir discussões acaloradas sobre coisas que não vão ajudar em nada para resolver o problema, mas vão pra frente assim mesmo, mantendo as pessoas ocupadas. Esse é o trabalho da "Banda do Titanic".
Você pode colocar um comentário de um caso onde já viu isso ?
Em nome do EngelBlog... eu agradeço.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Os "Mini-me" nas corporações



Uma amiga... (e maior leitora da minha antiga tentativa de blog) me mandou uma reflexão sobre um fenômeno interessante da vida corporativa.
Me escrevia ela:
"Notei que todo Diretor ou VP tem um Mini-Me ao seu lado: alguém com atitudes e trejeitos muito parecidos com os do seu chefe - algo desenvolvido naturalmente, como um mimetismo (in)voluntário com o objetivo de sucessão ou apenas sobrevivência do "ser mimetizador". O objetivo é variado, pelo o que eu entendi."
Quem já se deparou com isso ?
Acredito que a psicologia e a antropologia devam explicar esse tipo de comportamento. Imagino que isso é gerado por uma necessidade consciente, ou subconsciente, de "ser aceito".
Eu já me peguei repetindo jargões e frases de meus chefes. Por exemplo: uma época minha esposa notou que eu comecei a usar um monte de palavrões em casa. Era pura influência de meu chefe em um novo emprego. Ele falava palavrões o dia todo, e eu comecei a adotar o mesmo palavreado.
Tente identificar os "Mini-me" a sua volta... eu já comecei...