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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

As moscas das frutas

Várias vezes discuti com colegas de trabalho, como seria "legal" trabalhar em um setor de indústria mais tranquilo, com crescimentos e alterações de tecnologia muito mais modestos. Onde não existiam grandes saltos de guinadas de rumos. Assim poderíamos planejar mais a longo prazo nossos movimentos o que traria redução nas pressões imediatistas. Em resumo... poderíamos viver um pouco mais tranquilos e sem essa correria louca. (Com uma grande chance de ficarmos entediados em poucas semanas.)
No mestrado li um livro muito interessante e que recomendo para quem está trabalhando nesses mercados malucos de Telecom e Internet: "Mercados em Evolução Contínua", de Charles Fine. Um livro de 1998-1999, mas que continua muito atual. O autor descobriu que os biólogos preferem estudar as modificações genéticas das drosófilas (as moscas das frutas) pois elas tem uma vida útil de 40 dias. Nesses 40 dias elas nascem, vivem, se adaptam ao ambiente, evoluem geneticamente, reproduzem e morrem. Durante 1 ano de trabalho é possível analisar o efeito dessas transformações em várias gerações de drosófilas e como elas evoluem em resposta ao ambiente em que vivem.
Sabendo dessa história, Charles Fine resolveu abandonar um estudo sobre a cadeia de suprimentos da indústria automobilística e passar a estudar setores com "alta velocidade evolutiva". Entre esses setores ele estudou a indústria do entretenimento e da informática (hardware e software).
É muito interessante perceber como ele conseguiu prever acontecimentos dessas indústrias que estamos vivenciando hoje, a partir das observações de ciclos de vida de empresas do final da década de 90.
Resolvemos (um colega da área de TI, nosso orientador no mestrado e eu próprio) escrever um artigo acadêmico sobre como os conceitos de Charles Fine são válidos e podem ser aplicados às estratégias mercadológicas da Apple com relação ao iPod e como isso está modificando a cadeia de distribuição do Infotenimento (informação com entretenimento).
Depois dou mais detalhes sobre o artigo, que já submetemos para um congresso na Holanda.

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